Fraudes com biometria aumentam alerta para segurança digital

Fraudes com biometria aumentam alerta para segurança digitalEntre os cuidados recomendados estão: nunca fornecer documentos pessoais sem necessidade, principalmente quando acompanhados de fotos, desconfiar de solicitações inesperadas por e-mail, telefone ou redes sociais, evitar ser fotografado ou gravado em situações suspeitas e ter cautela com chamadas de vídeo de desconhecidos, que podem ser usadas para capturar imagens do rosto e tentar fraudar sistemas de reconhecimento facial.

A recente operação da Polícia Federal que prendeu suspeitos de burlar um sistema de biometria facial para acessar contas de usuários na plataforma gov.br ligou um sinal de alerta sobre a segurança dessa tecnologia. De acordo com as investigações, os criminosos usavam técnicas avançadas de alteração facial para burlar sistemas de autenticação e acessar valores a receber do Banco Central, além de autorizar consignações no aplicativo “Meu INSS” das vítimas. A estimativa é que ao menos três mil contas tenham sido acessadas.

Utilizada atualmente para funções que vão desde o desbloqueio do celular e acesso a conta de banco até a entrada em prédios e estádios, a Biometria Facial usa características do rosto de cada pessoa para criar uma espécie de ‘senha’ personalizada.

A comparação não é feita entre fotos, mas sim entre templates biométricos extraídos das imagens, o que permite que a identificação persista mesmo com mudanças como barba ou pequenas alterações estéticas

“A biometria facial funciona através da identificação e armazenamento de pontos na face em uma função matemática, que são comparados posteriormente. A comparação não é feita entre fotos, mas sim entre templates biométricos extraídos das imagens, o que permite que a identificação persista mesmo com mudanças como barba ou pequenas alterações estéticas”, explica Carlos Tatara, diretor de Tecnologia da Bry, especializada em identificação e formalização digital.

Tatara comenta, no entanto, que os níveis de segurança variam de acordo com a tecnologia utilizada. Segundo ele, este é um dos pontos- chave para prevenir golpes e ataques. “Aumentar as barreiras de segurança na autenticação biométrica eleva os custos do processo. Embora a identificação facial simples seja barata, recursos como a verificação de vivacidade e proteção contra Deep Fakes encarecem cada autenticação”, destaca.

Outra medida importante é garantir que haja a responsabilização das empresas que adotam processos de autenticação frágeis, visto que a legislação brasileira, especialmente o Marco Civil da Internet e a LGPD, prevê sanções para o uso inadequado de Dados pessoais, em especial os dados biométricos. “Se uma empresa fornece uma tecnologia de autenticação vulnerável a fraudes, e essa vulnerabilidade acaba resultando em prejuízos para os usuários, ela precisa ser responsabilizada por isso”, diz.

Adoção de múltiplos fatores e certificação
Ainda de acordo com Carlos Tatara, fortalecer a segurança em processos que utilizam biometria também envolve a adoção de múltiplos fatores de autenticação. “Existem três tipos clássicos de fatores: algo que você tem (como um token ou celular), algo que você sabe (como uma senha) e algo que você é (biometria). A biometria é o único que não pode ser alterado caso vaze. Por isso, nunca deve ser usada sozinha em acessos sensíveis”, alerta. O ideal, segundo ele, é combinar ao menos dois desses fatores, como biometria e senha ou biometria e token, criando barreiras adicionais para criminosos.

Outra camada poderosa de proteção, especialmente em transações de alto valor ou com Dados sensíveis, é o uso do Certificado Digital, que combina dois fatores de autenticação: um item que o usuário possui (o próprio certificado armazenado de forma segura) e uma informação que ele sabe (uma senha de acesso), sendo considerado uma das soluções mais robustas do mercado. “A tecnologia do Certificado Digital já é madura, auditável e confiável. Integrá-lo a processos de autenticação digital pode ser um diferencial importante para quem busca níveis elevados de segurança e validade jurídica”, afirma Tatara.

Medidas de prevenção para usuários
Além das medidas tecnológicas, Tatara reforça que a segurança digital depende ainda de comportamentos preventivos por parte dos usuários. Ele alerta para os riscos da engenharia social, prática usada por golpistas para enganar pessoas e obter informações sensíveis, incluindo Dados biométricos.

Entre os cuidados recomendados estão: nunca fornecer documentos pessoais sem necessidade, principalmente quando acompanhados de fotos, desconfiar de solicitações inesperadas por e-mail, telefone ou redes sociais, evitar ser fotografado ou gravado em situações suspeitas e ter cautela com chamadas de vídeo de desconhecidos, que podem ser usadas para capturar imagens do rosto e tentar fraudar sistemas de reconhecimento facial.

Fonte: Inforchannel.mai/2025.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *